
Numa
cidade cuja principal atividade econômica é o turismo e que vai sediar
jogos da Copa do Mundo, é preciso garantir uma infraestrutura mínima de
segurança para oferecer tranquilidade aos brasileiros e estrangeiros que
desembarcam no Aeroporto Internacional Augusto Severo ou no Terminal
Rodoviário Severino Tomaz da Silveira e que se hospedam em busca de
lazer e diversão em Natal e adjacências. Só que se a Copa fosse hoje,
tanto o policiamento ostensivo, feito pela Polícia Militar, quanto o
investigativo, realizado pela Polícia Civil, deixam a desejar no quesito
assistência ao turista. Isso porque vários fatores dificultam o
trabalho dos policiais e agentes, tais como infraestrutura, pouco
efetivo e falta de incentivo à capacitação, como os cursos de idiomas,
imprescindíveis para quem lida com turistas estrangeiros.
A demanda é alta. Segundo a Secretaria Estadual de Turismo (Setur),
cerca de 2 milhões de turistas visitam Natal a cada ano. Desse total,
30% são estrangeiros, a maior parte portugueses. Contudo, com a
justificativa de que quase não há ocorrências envolvendo turistas, pouco
se investe nessa polícia especializada. Para toda essa demanda atual,
apenas 130 policiais atuam entre Genipabu e Ponta Negra, área de
circunscrição da Companhia Independente de Policiamento Turístico
(Cptur)
Criada em abril de 2010 para agir preventivamente como órgão de apoio
às ações de policiamento, a Cptur atua em áreas de especial interesse
turístico e na preservação do patrimônio turístico da Região
Metropolitana de Natal. No caso da Delegacia Especializada de
Atendimento ao Turista (Deatur), que age em toda ocorrência policial
onde a vítima é um turista, apenas 14 pessoas são responsáveis pelas
investigações em todo o Estado, incluindo-se nessa cota a delegada
responsável, os chefes de cartório e de investigação e os onze agentes.
Se a Copa trouxer na bagagem mais turistas, é preciso no mínimo um
reforço para atender esse público. Atualmente apenas 38 policiais
fazempatrulhamento diário dentro das sete viaturas, e mais dez nos
postos fixos existentes na orla. “Até o meio do ano estaremos instalados
na Via Costeira, o que vai facilitar o nosso trabalho. Além disso,
existe a questão do efetivo, sempre necessário. Quanto mais policiais
nas ruas melhor para a população. Outra questão são as diárias
operacionais, necessárias para os nossos homens que atuam na alta
estação”, diz o major Marlon de Góis Bay, que comanda a companhia
independente.
Fonte: Soldado Glaucia