Mais de 220 mil pessoas
participaram de protestos em várias cidades de norte a sul do Brasil
nesta segunda-feira (17). A onda de protestos, que nas últimas semanas
tinha como foco principal a redução de tarifas do transporte coletivo,
ganhou proporções maiores e passou a incluir gritos de descontentamento
com várias causas diferentes. Houve registro de confronto e violência em
Belo Horizonte, no Rio de Janeiro e em Brasília, onde manifestantes
invadiram o Congresso Nacional.
Na manifestação de São
Paulo, que reuniu 65 mil pessoas (segundo medição do instituto
Datafolha) na zona oeste e na zona sul da cidade, por exemplo, ouviam-se
gritos de ordem contra a presidente Dilma Rousseff (PT), contra o
governador Geraldo Alckmin, faixas contra o uso de dinheiro público nas
obras da Copa, protestos contra a PEC 37 (proposta de mudança de
legislação que tira o poder de investigação do Ministério Público),
contra corrupção, por educação melhor e redução do custo de vida.
No Rio de Janeiro, onde,
segundo estimativas da Coppe/UFRJ, 100 mil pessoas participaram dos
protestos, houve confronto com policiais, que tentaram dispersar
manifestantes com o uso de bombas de gás lacrimogêneo. Manifestantes
fizeram barricadas com fogo.
Também houve confrontos em Belo Horizonte, onde 30 mil pessoas foram às ruas, nos arredores do estádio do Mineirão.
Os protestos de São
Paulo, em seu quinto dia, também mostraram que houve a adesão de outros
setores da sociedade. Não mais apenas estudantes, ativistas e militantes
políticos estavam nas ruas nesta terça, mas houve relatos de pessoas
que resolveram participar do protesto atraídos pela divulgação e pelos
comentários nas redes sociais. Por exemplo, havia gente que levou a
família participar dos atos em São Paulo.
O número de
participantes em todas as manifestações, que ocorreram em mais de 20
cidades, pode ser bem maior, pois em nem todas foi oficialmente
divulgado o total de público.
Fonte: UOL