Gleydison Meireles – da redação de ac24horas
No final da tarde desta sexta-feira (28) membros do Ministério Público
do Estado do Acre e delegados da Polícia Civil realizaram uma coletiva a
imprensa onde afirmaram que a juíza Thaís Queiroz Borges de Oliveira
Abou Khalil, titular da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco vem
sofrendo ameaças de morte e que a Polícia Civil já está investigando na
tentativa de identificar os autores das ameaças.
Foi a magistrada que determinou que as atividades da empresa Ympactus
Comercio LTDA, a Telexfree, fossem suspensas no Estado, ficando vedada a
realização de novos cadastros e o pagamento dos divulgadores. A decisão
judicial caiu como uma bomba no meio de investidores e divulgadores.
Uma série de protestos foi realizado pelos membros da empresa, que
afirmam praticar marketing multinível e não pirâmide financeira como foi evidenciada na decisão da juíza.
Participaram a coletiva os Promotores de Justiça Danilo Lovisaro, que
atua como membro do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime
Organizado (Gaecco), do Ministério Público e Rodrigo Curti, além dos
delegados de Polícia Civil Nilton Cesar Boscaro, titular da Delegacia de
Combate ao Crime Organizado (Decco) e Fabrizio Leonard Sombrera, da
Delegacia Itinerante.
Durante coletiva promotores e delegados confirmaram as ameaças a
magistrada e disseram que a Justiça não abaixará a cabeça diante de
ações criminosas
O promotor membro do Gaecco afirmou que Ministério Público entendeu que a
Ympactus/Telexfree atua como pirâmide financeira e por isso ingressou
com ação civil pública e que agora teve desdobramentos no campo criminal
onde estão sendo apuradas as ameaças contra a magistrada.
“O Ministério Público, desde o momento que foram promovidas as ações na
esfera cível, tem entendido que há uma pirâmide financeira na atividade
da Telexfree e por isso ingressou com as medidas judiciais cabíveis e
agora propondo a ação civil publica a respeito desses fatos, que já foi
ajuizada na data de hoje. Portanto há um desdobramento agora no campo
criminal, onde os fatos serão apurados a respeito de ameaças que algumas
autoridades estão sofrendo em decorrência das investigações. Estamos
juntos, Ministério Público e Polícia Civil atuando e buscando todas as
medidas necessária para coibir qualquer tipo de interferência que possa
ser prejudicial e que possa ameaçar a tranquilidade da julgadora da
causa”, explicou Danilo Lovisaro.
O delegado Nilton Boscaro afirmou que as investigações tiveram inicio na
quinta-feira (27), logo após receber a denuncia sobre as ameaças e foi
enfático em afirmar que a polícia está trabalhando diuturnamente para se
chegar aos responsáveis as ameaças.
“As investigações iniciaram-se tão logo recebemos a denuncia e já
estamos com equipes de policiais no caso trabalhando noite e dia até
chegarmos aos responsáveis por essas ameaças”, disse Boscaro.
As ameaças tiveram inicio na tarde de quarta-feira (26) por meio das
redes sociais, e-mails e telefonemas anônimos, feitas a magistradas e
seus familiares. O promotor Rodrigo Curti afirmou que as ameaças estão
sendo feitas por supostos divulgadores da Telexfree que vem agindo de
forma covarde tentando intimidar a Juíza e destacou que a Justiça não
irá se curvar ou baixar a cabeça diante de atitudes criminosas.
“A juíza Thays Kalil sofreu e vem sofrendo ameaças de morte,
diretamente, por supostos divulgadores da Telexfree, uma atitude covarde
e criminosa que caracteriza coação no curso do processo, com pena de
reclusão de até quatro anos, e nos vamos tomar todas as providências
porque a Justiça, o Ministério Publico e a polícia não vai se intimidar
com ameaças covardes dessa natureza que ofendem as instituições e seus
representantes, o que só vem a mostrar e deixar claro pra toda sociedade
o perfil criminoso de alguns dos integrantes divulgadores dessa
empresa, nos não vamos abaixar a cabeça pra isso, vamos coibir e
combater com todas as nossas forças qualquer tipo de ameaça a qualquer
membro da magistratura, do Ministério Público ou qualquer outra pessoa
que venha investigar essa pirâmide financeira, esse é o recado que
estamos dando para as pessoas que ameaçaram e pretendem ameaçar a juíza
ou qualquer membro do Ministério Público, nos não vamos nos intimidar
com essas ameaças criminosas, covardes e irresponsáveis e passiveis de
prisão para esse tipo de pessoas”, afirmou Rodrigo Curti.
Apesar de não haver confirmação por parte dos delegados algumas prisões
podem ocorrer neste final de semana, já que a autoria de algumas das
ameaças já foram identificadas.