Paulo Aparecido morreu por volta das 6h desta sexta, segundo a PM.
Na segunda-feira (18), médicos já haviam detectado morte cerebral.
Centro de Formação não teria estrutura, segundo
Comissão de Direitos Humanos da ALERJ
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Comissão de Direitos Humanos da ALERJ
(Foto: Reprodução/TV Globo)
O aluno da Polícia Militar, Paulo Aparecido Santos de Lima, que foi hospitalizado no Hospital Central da Polícia Militar após passar mal durante treinamento no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), na Zona Oeste do Rio, morreu por volta das 6h desta sexta-feira (22). A informação foi confirmada pelo relações-públicas da corporação, tenente-coronel Cláudio Costa. Ele acrescentou que o enterro deve ser realizado neste sábado (23) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulaca.
A morte cerebral do recruta já havia sido constatada pelos médicos na segunda-feira (18). Paulo passou mal após treinamento no dia 12, quando teve queimaduras nas mãos e nas nádegas, além de insolação grave. A família acredita que Paulo foi vítima de trote.
Centro não tem estrutura, diz deputado
O deputado estadual Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) afirmou em entrevista ao G1 na quinta-feira (21) no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), na Zona Oeste do Rio, que o local não possui médico. "A enfermaria do CFAP não tem estrutura suficiente. O local tem poucas macas, um quadro pequeno de enfermeira e não há médicos. Isso é inadmissível", declarou Freixo.
O deputado estadual Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) afirmou em entrevista ao G1 na quinta-feira (21) no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), na Zona Oeste do Rio, que o local não possui médico. "A enfermaria do CFAP não tem estrutura suficiente. O local tem poucas macas, um quadro pequeno de enfermeira e não há médicos. Isso é inadmissível", declarou Freixo.
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No entanto, o diretor geral de ensino da PM, Antônio Carballo disse que há um cardiologista para atender todo o centro, mas confirmou que não há médico de plantão durante 24 horas.
"Estamos pensando — para o futuro — instalar uma policlínica no centro. Só quero deixar claro que Paulo foi levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) porque a princípio o quadro dele era estável e ele estava lúcido", declarou.
Segundo Freixo, foi pedida um lista com os nomes de todos os recrutas e oficiais que deram entrada na enfermaria durante um ano. Além disso, um oficio será enviado para que o caso seja esclarecido o quanto antes. A família acredita que o caso não seja um "fato isolado" e que, no local, os alunos fossem vítimas de trotes.
"A gente desconfia que maltrataram ele. Como uma insolação vai causar morte cerebral e falência de vários órgãos?", questiona a parente Crislaine de Souza. O questionamento é o mesmo de Freixo.
"No dia que Paulo passou mal, 33 recrutas deram entrada na enfermaria do CFAP, sendo 24 com queimaduras e nove com insolação. Dezoito ainda permanecem de licença e vamos entrar em contato com eles para levantar detalhes do que de fato aconteceu naquele dia", explicou Freixo, que acrescentou ainda que vai pedir ao Ministério Público que inicie uma investigação. "Vamos até o final neste caso. Ainda hoje vou conversar com o promotor do ministério publico e solicitar uma investigação Maia abrangente e detalhada", completou.