Daísa Alves
Repórter
A beleza natural está refém do crime. Em quesito de insegurança, em cada esquina, ou calçada, do litoral norte potiguar muitas histórias a contar. Nas praias de Jacumã, Porto-Mirim e Muriú, localizadas no município de Ceará-Mirim, é fácil encontrar alguém que foi vítima da incapacidade da polícia de conter a sanha criminosa. Assalto à mão armada, arrombamento e até assassinato dividem espaço com as belezas naturais das praias turísticas e se tornam cada vez mais frequentes na região. O contrato de segurança particular não é apenas uma opção. Moradores e comerciantes recorrem ao contrato de vigias, câmeras de segurança, alarmes e até cães de guarda para remediar o medo que se alastra por se tornar mais uma vítima.
Eliene de Souza, comerciante local, amarga a perda do pai num assalto ocorrido há um ano. “Mataram meu pai por causa de R$ 3 mil”, conta. Ele estava em casa, após um dia trabalho no mercado da família. Histórias sobre assaltos não faltam para ela. O comércio tanto já foi roubado a mão armada, quanto arrombado, por diversas vezes, fora as abordagens pessoais. “Minha segurança é só Jesus. Vivemos a todo momento na expectativa de algo acontecer”, confessa a comerciante que paga um vigia para a noite, e instalou câmeras e alarme no prédio.
Dentre a causa dos males, a falta de estrutura para o policiamento é apontado como a principal dificuldade. O único posto policial que cobre tanto Muriú, que contém mais de 9 mil habitantes, quanto as outras duas praias está fechado para reforma há quase um mês. Mas, segundo os moradores da região, antes mesmo da obra ele já não era utilizado há algum tempo pelas péssimas condições do posto policial.
A região conta apenas com uma viatura policial contendo três policiais fazendo a ronda por turno. Segundo Harissonn Moreira, comandante do policiamento militar em Ceará-Mirim, em até três semanas as obras estarão finalizadas. Viatura e policiais ficarão alocados no prédio. “Na época da operação verão, depois do ano novo, incrementamos com uma viatura para a parte da noite”, relata. Morando na região, ele estima que seja um número de 3.500 pessoas.
Distância
Durante a manhã de ontem, a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve percorrendo as três praias das 9h ao meio-dia e não viu nenhum policiamento. Caso necessite registrar um boletim de ocorrência, é preciso se deslocar à cidade de Ceará-Mirim para o registro, onde fica a delegacia de policia civil daquele município, ficando a 30 km da região de praia.
Na Praia de Muriú duas vias caracterizam o local. Enquanto na avenida Antônio Basílio, que adentra em direção ao mar e se concentra a movimentação comercial da cidade com mercados, farmácias, moto-táxi, na Rua Nova, as casas vazias de exclusivo uso para o veraneio prevalecem e se tornam alvo comum do crime. Em todas as três praias placas de oferta para venda e aluguel são constantes. As pessoas cansaram de esperar por mais segurança nos meses que seguem ao veraneio.
O caseiro Álvaro Assis Pereira conta que entre abril a dezembro é o período mais frequente de assaltos, principalmente de equipamentos de casa: chuveiro elétrico, gás de cozinha, freezer, são levados pelos assaltantes. “Estou sempre aqui na casa, o que evita o roubo, mas as casas que não tem caseiros são alvos mais fáceis”, comenta.
Apesar de nunca ter sofrido um assalto em sua residência, o veranista Francisco Otávio da Silva, que está na reserva militar, conta que a poucos dias seu vizinho sofreu um assalto e depois disso colocou um cão de guarda na casa. “Infelizmente é um caos, a partir do ano novo tem o reforço, mas fora isso ficamos a mercê da segurança”, relata. Ele construiu sua casa há 20 anos e desde então utiliza para passar férias. Para ele, nos últimos cinco anos a insegurança aumentou consideravelmente. Em conversas por telefone com proprietários vizinhos, ele estuda a possibilidade de contratar uma segurança privada.Essa foi a solução encontrada por um grupo de veranistas e empresários para conter a segurança, como mostrou ontem a TRIBUNA DO NORTE em matéria.
http://tribunadonorte.com.br/noticia/proprietarios-colocam-suas-casas-a-venda-por-falta-de-seguranca/268221
Repórter
A beleza natural está refém do crime. Em quesito de insegurança, em cada esquina, ou calçada, do litoral norte potiguar muitas histórias a contar. Nas praias de Jacumã, Porto-Mirim e Muriú, localizadas no município de Ceará-Mirim, é fácil encontrar alguém que foi vítima da incapacidade da polícia de conter a sanha criminosa. Assalto à mão armada, arrombamento e até assassinato dividem espaço com as belezas naturais das praias turísticas e se tornam cada vez mais frequentes na região. O contrato de segurança particular não é apenas uma opção. Moradores e comerciantes recorrem ao contrato de vigias, câmeras de segurança, alarmes e até cães de guarda para remediar o medo que se alastra por se tornar mais uma vítima.
Emanuel Amaral
Em Muriú, depois de ter a casa assaltada, proprietário teve que recorrer à segurança do local com a ajuda de um cão de guarda

Eliene de Souza, comerciante local, amarga a perda do pai num assalto ocorrido há um ano. “Mataram meu pai por causa de R$ 3 mil”, conta. Ele estava em casa, após um dia trabalho no mercado da família. Histórias sobre assaltos não faltam para ela. O comércio tanto já foi roubado a mão armada, quanto arrombado, por diversas vezes, fora as abordagens pessoais. “Minha segurança é só Jesus. Vivemos a todo momento na expectativa de algo acontecer”, confessa a comerciante que paga um vigia para a noite, e instalou câmeras e alarme no prédio.
Dentre a causa dos males, a falta de estrutura para o policiamento é apontado como a principal dificuldade. O único posto policial que cobre tanto Muriú, que contém mais de 9 mil habitantes, quanto as outras duas praias está fechado para reforma há quase um mês. Mas, segundo os moradores da região, antes mesmo da obra ele já não era utilizado há algum tempo pelas péssimas condições do posto policial.
Emanuel Amaral
Rua que concentra veransitas em Muriú tem casas à venda

A região conta apenas com uma viatura policial contendo três policiais fazendo a ronda por turno. Segundo Harissonn Moreira, comandante do policiamento militar em Ceará-Mirim, em até três semanas as obras estarão finalizadas. Viatura e policiais ficarão alocados no prédio. “Na época da operação verão, depois do ano novo, incrementamos com uma viatura para a parte da noite”, relata. Morando na região, ele estima que seja um número de 3.500 pessoas.
Distância
Durante a manhã de ontem, a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve percorrendo as três praias das 9h ao meio-dia e não viu nenhum policiamento. Caso necessite registrar um boletim de ocorrência, é preciso se deslocar à cidade de Ceará-Mirim para o registro, onde fica a delegacia de policia civil daquele município, ficando a 30 km da região de praia.
Na Praia de Muriú duas vias caracterizam o local. Enquanto na avenida Antônio Basílio, que adentra em direção ao mar e se concentra a movimentação comercial da cidade com mercados, farmácias, moto-táxi, na Rua Nova, as casas vazias de exclusivo uso para o veraneio prevalecem e se tornam alvo comum do crime. Em todas as três praias placas de oferta para venda e aluguel são constantes. As pessoas cansaram de esperar por mais segurança nos meses que seguem ao veraneio.
Emanuel Amaral
Posto policial encontra-se fechado devido à falta de estrutura

O caseiro Álvaro Assis Pereira conta que entre abril a dezembro é o período mais frequente de assaltos, principalmente de equipamentos de casa: chuveiro elétrico, gás de cozinha, freezer, são levados pelos assaltantes. “Estou sempre aqui na casa, o que evita o roubo, mas as casas que não tem caseiros são alvos mais fáceis”, comenta.
saiba mais
http://tribunadonorte.com.br/noticia/proprietarios-colocam-suas-casas-a-venda-por-falta-de-seguranca/268221