Justiça diz que trabalho em 'A Musa da Borracharia' não impede carreira.
Ele foi denunciado por colega de curso, que apontou participação em filme.
A advogada do ex-ator pornô que conseguiu na Justiça o direito de ser reintegrado à Polícia Civil diz que seu cliente teve "conduta ilibada" durante o estágio para investigador. Ela explica que o afastamento foi justificado pela participação no filme "A Musa da Borracharia", no qual ele contracenava com a atriz Julia Paes. As gravações ocorreram em 2007, antes de o ator ingressar na Polícia Civil. “Ele participou de um único filme", afirmou a advogada Eliana Rasia.
"Durante um ano em que esteve na polícia, ele não cometeu nenhum deslize, fez tudo direitinho, participou de flagrantes. A conduta dele foi ilibada. O desempenho dele era ótimo”, disse a advogada.
O investigador não aceitou conversar com a reportagem do G1 por temer retaliações.
Na quarta-feira (5), por votação unânime, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), concedeu um mandado de segurança para anular ato do Executivo estadual que exonerou investigador de polícia por ter atuado em filme erótico e por responder por homicídio culposo por ter se envolvido em um acidente de trânsito.
O relator do recurso, desembargador Sérgio Jacintho Guerrieri Rezende, entende que a avaliação de servidor nomeado deve se restringir ao período de três anos do estágio probatório e que comportamentos anteriores à entrada no serviço público devem ser analisados antes da posse.
“Reavaliar o comportamento do servidor por ter participado de gravação de filme erótico muito antes de se tornar policial também afronta o princípio da razoabilidade e da impessoalidade, pois nada indica que lhe falte aptidão para assumir os encargos de um policial”, apontou o desembargador.
Tanto a participação no filme e o envolvimento no acidente de trânsito aconteceram antes do investigador ingressar na carreira policial.
Denúncia de colega
De acordo com a advogada, a participação no filme foi descoberta por colega que participava do curso preparatório. “Foi um colega de trabalho que descobriu. Ele chegou na sala em que acontecia o curso de formação e disse: ‘Se eu pegar você conversando com minha mulher ou com a minha filha, eu acabo com você’”, contou a advogada. O investigador foi exonerado em 2013, um ano depois de ter sido aprovado no concurso.
De acordo com a advogada, a participação no filme foi descoberta por colega que participava do curso preparatório. “Foi um colega de trabalho que descobriu. Ele chegou na sala em que acontecia o curso de formação e disse: ‘Se eu pegar você conversando com minha mulher ou com a minha filha, eu acabo com você’”, contou a advogada. O investigador foi exonerado em 2013, um ano depois de ter sido aprovado no concurso.
Ao saber da decisão do Tribunal de Justiça, o ex-ator, que atualmente tem 28 anos, teve uma crise de choro. “Quando ele participou no filme, ele não pensou nas consequências. Fiquei muito feliz com a decisão do TJ”, contou. O investigador ainda aguarda a os trâmites judiciais para voltar a atuar como policial.