Panorama final: estádios inacabados e aumento de 48% nos custos de obras...

Arenas construídas para o Mundial chamam a atenção por estética e conforto. 
Porém, obras são marcadas por atrasos, aumentos nos preços e acidentes fatais

Projetos arquitetônicos ousados, instalações modernas, cadeiras com encosto no lugar das antigas arquibancadas de concreto. São inegáveis a beleza e o conforto dos estádios da Copa do Mundo. No entanto, o bom resultado estético contrasta com atrasos, aumento nos custos e acidentes fatais que marcaram as obras de construção e reforma das 12 arenas do Mundial. A apenas 11 dias do início do torneio, ainda há estádios que não atingiram 100% de conclusão.

O pedido da Fifa era para que todos os campos estivessem prontos seis meses antes do início da competição. Porém, quatro ainda recebem ajustes às pressas: Arena Corinthians, Arena da Baixada, Arena Pantanal e Arena das Dunas. Outros, como Mané Garrincha e Beira-Rio, estão prontos por dentro, mas passam por intervenções no entorno.

Outro problema foi o aumento nos custos. Em 2010, quando foi assinada a Matriz de Responsabilidades da Copa - documento que lista os investimentos prioritários para o Mundial -, a previsão era de que fossem gastos R$ 5,38 bilhões com estádios. Quatro anos depois, a conta, que ainda não está totalmente fechada, está em pouco mais de R$ 8 bilhões - aumento de 48%.
Setor Sul da Arena Corinthians: estruturas das provisórias ainda à mostra (Foto: Rodrigo Faber)A poucos dias da abertura, Arena Corinthians ainda passa por obras. Os atrasos foram um dos principais problemas na construção dos estádios da Copa do Mundo (Foto: Rodrigo Faber)


Para o secretário executivo do Ministério do Esporte, Luís Fernandes, contudo, a conta é equivocada. Isso porque, segundo Fernandes, os valores iniciais da Matriz de Responsabilidades eram somente uma estimativa sem o devido fundamento, não um orçamento.

- Não é precisa essa avaliação de que o custo de todos os estádios aumentou, pela seguinte razão: o que houve no início da montagem da Matriz de Responsabilidades foi uma estimativa inicial de valores, para início de planejamento, não se baseou nem no projeto executivo mais amadurecido, nem no projeto básico amadurecido. Então, a rigor, era uma estimativa inicial, tanto que estamos até corrigindo isso para a matriz das Olimpíadas, só estamos colocando valores depois de uma maturidade que possa configurar um orçamento propriamente dito. Porque a partir desse orçamento é que se pode ver se houve estouro no orçamento, no que se errou no planejamento, a não a partir de uma estimativa inicial que não é muito fundamentada.

Algo foi mais grave que os atrasos: as mortes diretamente ligadas a acidentes de trabalho nos canteiros de obras. Ao todo, oito operários perderam a vida: três na Arena Corinthians, três na Arena da Amazônia, um no Mané Garrincha e um na Arena Pantanal.
Apesar dos problemas, os 12 estádios vão estar operacionais para a Copa do Mundo e a previsão é de que não apresentem problemas estruturais graves. As novas arenas também já demonstraram o potencial para elevarem o público e a renda dos campeonatos nacionais. Foi o que ocorreu no último ano com a entrada em funcionamento de parte dos estádios do Mundial.

Desde o dia 1º de outubro de 2011, o GloboEsporte.com publica no início do mês um panorama sobre a construção dos 12 estádios, segundo dados divulgados pelos comitês de cada cidade-sede. Veja como foi o último mês antes da Copa e relembre o que ocorreu de mais marcante durante o período de obras.

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