RJ: Fuzil apreendido com quadrilha de "Fu da Mineira" era usado para intimidar bandidos rivais



O fuzil ponto 50 apreendido na terça-feira por policiais do Bope na casa onde estava o traficante Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu da Mineira, era usado para intimidar bandidos rivais. Em conversa informal com policiais na 39ª DP (Pavuna), o chefe do tráfico no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, afirmou que a arma nunca foi usada. O fuzil foi levado para a favela com o objetivo de desencorajar invasões da facção que ocupa o Complexo da Pedreira.

O criminoso relatou ainda que o armamento seria “emprestado” por outro chefe do tráfico da facção. Essa foi a primeira vez que a polícia apreendeu esse tipo de fuzil no Rio. Como se trata de uma arma de precisão, o atirador precisa ter conhecimento específico para manuseá-la. Na quadrilha, essa função cabia a César Augusto Alta de Araújo, o PQD. Por temer os ataques dos rivais, o bando, sempre que se locomovia na favela, levava a arma consigo. Apesar das declarações aos policiais, o traficante não quis prestar depoimento oficialmente.

Fu também revelou que planejava utilizar o armamento na retomada do Morro do Juramento, antigo reduto de sua quadrilha. A favela no bairro de Vicente de Carvalho, também na Zona Norte, foi invadida em janeiro pelo bando do traficante Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, morto pela polícia no último sábado.

As duas facções vinham travando uma disputa por territórios na Zona Norte há pelo menos dez meses. Um dos motivos do descontentamento de Fu com Playboy era a prática corriqueira de roubos de cargas na região. O chefe do Chapadão relatou que o grupo do rival abandonava os caminhões roubados em seu reduto após descarregá-los. O traficante negou que sua quadrilha praticasse esse tipo de crime, considerado proibido por ele. Fu contou aos policiais que esteve duas vezes no Complexo da Pedreira, dominado por Playboy, para atacar a quadrilha.

Fu da Mineira foi preso na manhã de terça-feira numa casa perto do Chapadão. Também foram capturados Robson Aguiar de Oliveira, o Binho do Engenho, Cláudio José de Sousa, o Claudinho da Mineira, primo de Fu, César Augusto Alta de Araújo, o PQD, Eduardo Luís Paixão, o Duda 2D, e Rafael Silva Santos, o Guerreiro.

Além do fuzil ponto 50, com os criminosos foram apreendidos três fuzis calibre 762 e um fuzil calibre 556, todos municiados e carregados.

Chefões fora do Rio
Após as prisões de Fu, Claudinho e Binho do Engenho, a maior facção do tráfico do Rio passa por um vácuo de chefes. Os nomes mais altos na hierarquia da facção fora da cadeia também estão, hoje, fora do país: Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, e Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, ambos foragidos, vivem em países da América do Sul que fazem fronteira com o Brasil.

Para agentes de diversas unidades da Polícia Civil que monitoram os passos da facção, Paulo César Baptista de Castro, o Paulinho do Fallet, chefe do tráfico da favela do Rio Comprido, Anderson Sant’Anna da Silva, que comanda a venda de drogas na favela Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, são nomes que ganham prestígio após as prisões. Paulinho é apontado como o responsável pela guerra do tráfico no Morro da Coroa, no Estácio, em maio. Já Marcelo de Castro Moreira, o Tchetchelo, é o nome mais cotado dentro da quadrilha para assumir as bocas de fumo do Chapadão.



Fonte: extra

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