Terça-feira, 11 de novembro de 2014. A Polícia recebia um chamado desesperado de uma mulher, dizendo que havia sido espancada e que o filho mais velho foi morto envenenado. Ela aponta o marido como autor dos crimes. Há um ano, tinha início uma das histórias mais cheias de reviravoltas dos últimos tempos no Estado, em roteiro de fazer inveja a qualquer novela mexicana. Fechado o ciclo de 365 dias desde que foi internado em estado de coma e preso em flagrante pela morte de Lewdo Ricardo Coelho Severino, o subtenente do Exército Brasileiro (EB) Francileudo Bezerra Severino, hoje reconhecido pela Polícia e pela Justiça como vítima naquela noite, diz ter ódio da ex-mulher.
Tal sentimento, alimentado contra Cristiane Renata Coelho Severino, impossibilita o subtenente de perdoar a hoje ré no processo. O tempo curou as feridas do corpo. As da alma, admite, não cicatrizaram. E conforme as palavras do militar, dificilmente tais feridas serão fechadas.
É impossível perdoá-la. Tenho a consciência e a certeza de que Deus me deixou vivo para que eu pudesse buscar Justiça pelo que ela fez ao meu filho. Se eu a perdoar, estarei negando a existência do meu filho. A odeio de todas as formas possíveis. Para mim, ela nem ser humano é. Nunca vou perdoar o que ela fez, disparou.
Cristiane Renata foi pronunciada pela 3ª Vara do Júri de Fortaleza e aguarda marcação do julgamento. Ela irá a júri popular por homicídio triplamente qualificado contra o filho autista e pela tentativa de homicídio contra o ex-marido.
O advogado Walmir Medeiros, que é assistente de acusação no processo, explicou que a defesa de Cristiane, representada pelo advogado Paulo Quezado, recorreu da decisão de a ré ser levada a júri popular. Aguardamos a decisão da Justiça para que o júri seja marcado o quanto antes, disse Medeiros.
Quezado, por sua vez, diz que a defesa entrou com recurso em sentido estrito e vamos aguardar para começo do próximo ano, pois ainda está sendo encaminhado ao Tribunal de Justiça, que entra em recesso em dezembro, apontou.
O subtenente diz aguardar o julgamento e deseja punição exemplar para Cristiane, que permanece presa no Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa.
Conforme relata, uma vez que a mulher teria tentado matá-lo envenenado, e que teria usado a substância tóxica dentro de uma mamadeira com sorvete para matar a criança, ela poderia novamente atentar contra a vida do militar e do outro filho do casal. Tenho temor pela minha segurança e de meu filho caçula. Acho que ela (Cristiane), estando em liberdade, pode muito bem mandar alguém nos matar. Que ela fique enjaulada o máximo que puderem deixá-la.
Esportista
Francileudo, que é atleta amador de futebol americano, diz encontrar forças para seguir em frente no esporte que abraçou. "O esporte me motiva bastante. O time não sabe o quanto estar lá com eles me deu forças para lutar pela Justiça, declarou.
Fonte: verdesmares